Experiências Locais de Reorganização da Atividade Econômica em Tempos de Pandemia: O caso de Sant'Ana do Livramento e Dom Pedrito
Importante destacar que o grupo vem fazendo suas reuniões através de plataformas que permitam “webconferences”, respeitando assim as regras de distanciamento social, sem, no entanto, abrir mão de continuar discutindo aspectos do desenvolvimento local.
O Brasil inicia os anos 2020 marcado pela instabilidade política e econômica. No entanto, não se imaginava, como elemento agravador da situação, a presença de uma doença que se propagaria de forma tão rápida, gerando um cenário de medo e insegurança como ocorreu com a COVID-19, causada pelo novo coronavírus. O novo coronavírus foi descoberto no final de 2019, e tem dividido opiniões entre as preocupações com a vida e a saúde das pessoas, por um lado, e apreensão com respeito à “saúde” dos negócios, de outro. Essas narrativas acabaram se tornando motivo de longos e calorosos debates sobre o que deve ser priorizado: a vida ou a economia. Percebe-se, neste sentido um grave despreparo da gestão pública federal, que não consegue atender nem um nem o outro, já que a economia diz respeito a obtenção e a utilização dos recursos necessários ao bem-estar social, logo, não existindo sem as pessoas.
Neste contexto, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Organizações e Desenvolvimento (GEODes) , preocupado tanto com as vidas dos indivíduos, quanto com a economia da coletividade, sobretudo com as estruturas de desenvolvimento econômico local, dispondo de competência para analisar questões sociais, incitou os seguintes questionamentos: de que maneira a pandemia afeta a economia de Santana do Livramento e Dom Pedrito? O que os empresários locais têm feito para manterem os seus negócios ativos? As estratégias adotadas em tempos de pandemia seguirão sendo utilizadas posteriormente? De que maneira a gestão municipal tem atuado em prol da economia local?
Visando responder os questionamentos, durante as duas primeiras semanas do mês de junho foram realizadas entrevistas (por WhatsApp, telefonemas ou e-mail) a partir de roteiro semiestruturado elaborado previamente. A seleção dos entrevistados foi intencional, a partir de uma amostra não probabilística (ou seja, a amostra não permite generalizações para toda a economia). Foram entrevistados 14 proprietários e/ou gerentes de negócios de distintos ramos da economia, sendo oito de Santana do Livramento e seis de Dom Pedrito. Entre os entrevistados estavam diversas atividades produtivas e profissionais: agricultor, músico, manicure, fisioterapeuta, contador, proprietário de agroindústria, de vinícola, de empresa de logística e transporte e de loja de móveis e, gerentes de academias e supermercado. Destaca-se que no período da coleta de dados estava-se há três meses de distanciamento social, após duas semanas de comércio fechado em ambos os municípios. Em Santana do Livramento, tomando por base o dia oito de junho de 2020, já tinham sido confirmados 45 casos de COVID-19 e em Dom Pedrito 18.
“A pandemia me afetou muito, eu inclusive fechei onde eu alugava. O meu espaço eu fechei e comecei a atender a domicílio” (Entrevistada 2, manicure, Santana do Livramento).
Os resultados da pesquisa mostram que a COVID-19 impactou os negócios locais de distintas maneiras, através da redução de carga horária e do desligamento de profissionais; fechamento do negócio; perda do emprego; redução nas vendas e, principalmente, alterações nas formas de comercialização. A dinâmica econômica foi seriamente afetada pela pandemia tanto em Santana do Livramento como em Dom Pedrito também em razão do efeito em cascata causado pelo fechamento (ou redução da capacidade) de alguns negócios, que acusou impactos no setor imobiliário, no recolhimento de impostos e na geração de emprego e renda.
Por outro lado, em alguns setores da economia, a pandemia tem-se apresentado como uma oportunidade, tanto para ampliar os negócios, quanto para divulgar a atividade via internet e aplicativos, como é o caso da produção e distribuição de alimentos, sobretudo com apelo aquilo que é saudável para as pessoas e para o meio ambiente. Outro setor que viu na adversidade uma forma do negócio ganhar destaque foi o setor de transporte e logística, que vê suas atividades ampliadas pelo aumento do comércio eletrônico (e-commerce). Também o comércio de móveis teve na pandemia uma oportunidade de vendas. Após algumas semanas fechado pelo decreto municipal, trabalhando apenas de forma online, o setor identificou um aumento nas vendas já que os consumidores estão passando mais tempo em casa, e eventualmente investem no conforto doméstico um recurso que seria utilizado com viagens, por exemplo.
Neste sentido, verifica-se que a pandemia vem trazendo consequências graves e complexas tanto do ponto de vista de saúde pública como de impactos econômicos, os quais demandam iniciativas urgentes e articuladas. Não obstante, ao mesmo tempo, também surgem novas oportunidades de negócios que estão sendo percebidas e exploradas por empreendedores com capacidade de adaptação ao novo cenário.
Ao longo desses aproximados três meses de pandemia do novo coronavírus as estratégias adotadas pelos empreendimentos pesquisados estão sendo: aulas de ginástica online, lives, treinos e atendimentos à distância; ampliação de ações de marketing; venda online; lançamento de plataforma de e-commerce; criação de páginas na internet; promoções; atendimento domiciliar; venda da produção para agroindústria; busca de novos parceiros; cooperação; respeito aos protocolos sanitários a partir do reforço na higienização e flexibilidade nas ações.
O uso da internet, seja através da criação de páginas para a divulgação da produção ou para a realização de lives, tem sido amplamente identificado entre os entrevistados. As academias têm utilizado as páginas nas redes sociais com perfis no facebook e no Instagram para a realização de aulas de ginástica; os comerciantes têm utilizado como estratégia de marketing, e alguns empreendimentos usam as redes sociais como canal de comercialização.
A cooperação tem sido a estratégia usada por diversos entrevistados, como o cervejeiro, os agricultores feirantes e a distribuidora de alimentos. A divulgação e comercialização conjunta passou a ser um meio de seguir com as atividades econômicas, seja através da criação de grupos de WhatsApp, a busca de parceiros aptos a comercializar no período de pandemia e ainda a divulgação e comercialização da produção de terceiros via aplicativo.
Neste sentido, verifica-se que a pandemia vem trazendo consequências graves e complexas tanto do ponto de vista de saúde pública como de impactos econômicos, os quais demandam iniciativas urgentes e articuladas. Não obstante, ao mesmo tempo, também surgem novas oportunidades de negócios que estão sendo percebidas e exploradas por empreendedores com capacidade de adaptação ao novo cenário.
Estratégias adotadas para manter o negócio durante a pandemia
Ao longo desses aproximados três meses de pandemia do novo coronavírus as estratégias adotadas pelos empreendimentos pesquisados estão sendo: aulas de ginástica online, lives, treinos e atendimentos à distância; ampliação de ações de marketing; venda online; lançamento de plataforma de e-commerce; criação de páginas na internet; promoções; atendimento domiciliar; venda da produção para agroindústria; busca de novos parceiros; cooperação; respeito aos protocolos sanitários a partir do reforço na higienização e flexibilidade nas ações.
“Aumento da quantidade de chope envasado em garrafas e busca de novos parceiros que estão aptos a vender durante as medidas restritivas, lojas de conveniência e mercados pequenos. Foco na divulgação do sistema de delivery de produtos direto ao cliente. Oferecer packs de garrafas a preços promocionais. Lançamento de plataforma de e-commerce. Investimento em marketing digital”. (Entrevistado 3, cervejeiro, Santana do Livramento)
O uso da internet, seja através da criação de páginas para a divulgação da produção ou para a realização de lives, tem sido amplamente identificado entre os entrevistados. As academias têm utilizado as páginas nas redes sociais com perfis no facebook e no Instagram para a realização de aulas de ginástica; os comerciantes têm utilizado como estratégia de marketing, e alguns empreendimentos usam as redes sociais como canal de comercialização.
A cooperação tem sido a estratégia usada por diversos entrevistados, como o cervejeiro, os agricultores feirantes e a distribuidora de alimentos. A divulgação e comercialização conjunta passou a ser um meio de seguir com as atividades econômicas, seja através da criação de grupos de WhatsApp, a busca de parceiros aptos a comercializar no período de pandemia e ainda a divulgação e comercialização da produção de terceiros via aplicativo.
Os empreendimentos de maneira geral têm feito promoções, venda de kits e feito preços diferenciados como forma de se manter no mercado. Além disso, percebe-se uma alteração significativa com relação à entrega dos produtos. A entrega e o atendimento domiciliar, além de ser um diferencial que agrega valor à produção, é uma estratégia que tem sido amplamente adotada pelos empreendedores e bem aceita pelos consumidores, principalmente porque estes tendem a estar em casa e podem receber a produção sem se expor ao vírus. Já os empreendimentos do ramo alimentício, como os supermercados, por exemplo, que não tiveram em nenhum momento as lojas fechas e as vendas suspensas, mas, para se manter em funcionamento, precisaram adotar as medidas e protocolos sanitários estabelecidos nos decretos municipais.
Por fim, percebe-se na pesquisa realizada que a flexibilidade tem sido companheira dos empresários locais que estão conseguindo estabelecer estratégias de manutenção do negócio durante a crise. Atuar com flexibilidade indica uma maior capacidade de adaptar-se às adversidades, bem como a possibilidade de encontrar e aproveitar oportunidades durante este momento. Ou seja, o momento exige e os empreendedores entenderam a necessidade de ser flexível na produção, na comercialização, nas novas formas de relacionamento e nas medidas de segurança adotadas em todo o processo.
“Acreditamos que a melhor estratégia é ser flexível sempre” (Entrevistada 8, produtora e distribuidora de alimentos, Santana do Livramento)
As constatações feitas na economia local seguem comportamento semelhante ao observado nas notícias sobre a dinâmica de outras localidades: cooperação, flexibilidade e criatividade, além do uso das tecnologias de informação e comunicação como aliadas, têm sido um caminho para enfrentar a crise. Ao contrário, o conservadorismo e a resistência à cooperação e à mudança tem sido obstáculos a sobrevivência de vários negócios. Algumas das experiências de ajuste à crise têm se mostrado tão interessantes, no que diz respeito aos resultados gerados, que devem permanecer entre as estratégias de negócio para o período pós pandemia, como será visto a seguir.
Ações adotadas que serão mantidas pós pandemia
As ações adotadas pelos empreendedores locais como forma de manter os seus negócios no cenário adverso gerado pela pandemia tendem a se manter. Dos entrevistados, apenas um não manterá nenhuma das estratégias adotadas durante a pandemia, trata-se da agroindústria de leite e derivados em que a entrevistada menciona preferir agregar valor ao produto (leite) no processamento ou invés de vender a matéria prima para a indústria. Os demais entrevistados manifestaram o interesse em seguir as ações usadas no momento de crise. As estratégias elencadas como sendo as realizadas atualmente e que se manterão após a COVID-19 são: a) medidas/reforço na higienização; b) novas formas de comercialização: e-commerce com delivery direto com o consumidor final; comercialização via aplicativos/grupos com entrega a domicílio; atendimentos à distância e; c) uso das redes sociais.
“A gente acredita que é possível continuar, porque é uma forma prática das pessoas então receber um produto colonial, que é produzido aqui na colônia sem agrotóxicos, na casa dele” (Entrevistada 6, agricultora feirante, Santana do Livramento)
Percebe-se nas entrevistas que as mudanças provocadas pela pandemia acabam por acelerar processos de mudanças nos negócios e no comportamento dos indivíduos. Se por um lado os empreendedores buscam alternativas para manterem seus negócios dinâmicos, também se tem uma percepção de que os consumidores criam novas dinâmicas para seu consumo familiar (preocupações com a qualidade do alimento, com quantidades, com tipo de produto a ser consumido). Há expectativas se esta mudança permanecerá compondo um novo normal para o período pós pandemia, pelo menos por um tempo.
Ainda quando se trata da mudança no consumo e na forma de comercialização dos produtos, pesquisas têm indicado o aumento no consumo de vinho nacionais durante a pandemia. Isso se dá basicamente por duas razões, a) dificuldades de importar o produto (logística e valor do dólar); b) as pessoas estão em casa e tendem a consumir mais bebidas alcoólicas. Os resultados destas pesquisas vão ao encontro dos dados obtidos localmente, tanto a vinícola quanto a cervejaria demonstram queda na venda dos produtos para festas e restaurantes, já que a pandemia tem impedido tais ações, e aumento na venda direta ao consumidor. Ou seja, houve alteração na forma de consumo e as empresas precisaram buscar formas alternativas de comercialização.
“Fortalecemos a divulgação das nossas vendas online; criamos produtos atrativos para o momento (kits temáticos com vinhos) enviando para todo o país; adotamos o envio de um mimo e uma cartinha concedendo um desconto de 50% no valor do tour com degustação a partir de quando o serviço voltar a funcionar (...) alteramos a política de frete, facilitando para o cliente” (Entrevistado 2, vinícola, Dom Pedrito)
Neste aspecto, verifica-se que mudanças de comportamento que eventualmente levariam mais tempo para serem constatadas (como é o caso da maior utilização da internet para vendas e atendimentos e até mesmo o aumento do consumo de vinhos nacionais), acabam sendo estimuladas em razão da pandemia, gerando impactos positivos na economia local. No mesmo sentido, espera-se que o cenário adverso causado pela COVID-19 também desperte os consumidores à valorização e à aquisição de produtos e serviços produzidos localmente, os quais contribuem para a dinamização da região, mantendo (e gerando) emprego e renda.
Auxílio da gestão pública municipal
No decorrer da pesquisa questionou-se acerca do recebimento de auxílio da gestão pública municipal. Entre os entrevistados deparou-se com três grupos: a) um composto por aqueles que não receberam auxílio, destes uns por não por não terem conseguido e outros por não terem tentado; b) um segundo grupo composto por aqueles que não tiveram necessidade de apoio e; c) o terceiro grupo, formado por um dos empreendimentos pesquisados, que não solicitou ajuda, pelo contrário, tem apoiado a comunidade.
“Apoio a gente não tem recebido de ninguém, de ninguém, ninguém, ninguém, muito menos da prefeitura, porque é a que menos se preocupa com os produtores, principalmente os produtores rurais. O pequeno produtor, ele é muito, foi muito atingido com tudo isso, pessoal fala muito na cidade, mas não lembram da campanha” (Entrevistada 5, agroindústria de leite e derivados, Santana do Livramento)
Ainda sobre a atuação da gestão pública municipal, destaca-se o descontentamento dos produtores rurais com relação à atuação da gestão pública em Santana do Livramento, e a inconformidade manifestada pelo setor do comércio em Dom Pedrito, com relação ao fechamento considerado “precipitado” do comércio “não-essencial” por aproximadamente 30 dias entre os meses de março e abril. Ademais, neste município, identificou-se articulação entre os comerciantes locais no sentido buscar evitar novo fechamento das lojas nos meses seguintes, seja por meio de manifestações nas redes sociais, seja por meio da atuação das entidades representativas de classe.
Ajuda ou suporte que os negócios precisam
Em Santana do Livramento e em Dom Pedrito, a ajuda elencada como necessária para alavancar os negócios pós pandemia, conforme os entrevistados são: microcrédito; redução de impostos; desconto no valor dos alugueis; infraestrutura e políticas mais claras acerca da dinâmica de retomada da economia.
A maioria dos entrevistados destacam a necessidade de linhas específicas de crédito para microempresários e agricultores familiares, com taxas de juros e prazos facilitados. Também se considera relevante investimentos em infraestrutura básica, como estradas para escoar a produção. Outros entrevistados destacam a redução de impostos como suporte necessários para os negócios locais. Ainda, um dos entrevistados elenca a necessidade de políticas claras, pois isso ajudaria os empreendedores na tomada de decisão
“Acredito que uma forma que o governo teria de ajudar seria a redução de impostos, porque se houvesse uma redução de impostos, acredito que até os produtos ficariam mais baratos pra repassar para o consumidor (...) ajudaria muito a empresa e também os seus consumidores” (Entrevistada 7, gerente supermercado, Santana do Livramento)
Foi mencionado, ainda, por um entrevistado, a necessidade de um suporte da “mídia” aos negócios. Tal entrevistado considera que a imprensa, por vezes, acaba causando muito “terror” no público em geral ao enfatizar apenas os problemas e os riscos associados ao novo coronavírus, deixando muitas vezes de focar nas medidas de prevenção. Tal atitude poderia estar desencorajando os consumidores ao desempenho de atividades, o que acaba causando a diminuição na demanda por produtos e serviços, demanda esta necessária à manutenção de negócios na economia local.
Neste sentido, se faz necessária uma ressalva: o distanciamento social ainda é a única arma que se tem para frear a disseminação do vírus. Todas as precauções relacionadas aos cuidados individuais e coletivos têm como grande missão salvar vidas. Em várias partes do mundo, onde inclusive já se considerava conclusa a crise pandêmica, o relaxamento das medidas de distanciamento resultam em ampliação dos casos e aumento do número de mortes. Diante de tal realidade, ficam ainda mais claras a importância e a necessidade de estratégias de ajuste dos negócios a este novo normal.
Desfecho
A pandemia, além de criar novas adversidades, acentua problemáticas existentes, como a desigualdade social. No decorrer da pesquisa, foram constatadas situações de redução da renda, seja pela diminuição das vendas ou pela perda do emprego, ao passo que alguns setores, como o de móveis, por exemplo, com clientes de elevado nível social, tiveram suas vendas e receitas aumentadas.
O cenário causado pela COVID-19 reafirma a importância do fortalecimento das economias locais a partir da valorização da produção local e do incentivo ao desenvolvimento de novos produtos e serviços na região. Em razão da pandemia, não faltam situações em que a demanda local deixou de ser atendida em função de restrições impostas a fornecedores de outros países e regiões. A nova realidade pode servir de estímulo tanto para a expansão de produtos e serviços já produzidos localmente como para o investimento em novos negócios.
Ainda se destaca a importância dos produtores e empreendedores revisarem as formas de comercialização dos seus produtos e serviços. Neste aspecto, pode-se constatar determinados fatores que foram fundamentais à manutenção e fortalecimento dos negócios em tempos de adversidade, como: a cooperação, a busca por parcerias, a realização de entregas a domicílio, vendas via aplicativo e ou grupos do WhatsApp e a prática de promoções, tanto de preços quanto de produtos.
O GEODes acredita que o conhecimento e a análise acerca dos negócios locais é fundamental para que sejam identificadas alternativas e formas de sanar e ou amenizar os impactos negativos causados. Da mesma forma, o conhecimento sobre as estratégias de sucesso, pode indicar rumos para os negócios que precisam de adaptações para enfrentar a crise.
Neste sentido, igualmente acredita-se na importância das políticas públicas e na atuação dos gestores municipais. A gestão pública deveria priorizar a produção local para a aquisição de alimentos, sobretudo aqueles adquiridas via recursos do Fundo Nacional da Educação (FNDE), para a doação às famílias carentes dos municípios. Deveria fazer um esforço para que os produtores tivessem as condições para produzir e escoar a produção, a partir dos pressupostos mínimos do desenvolvimento, como estradas, acesso a informação e internet. Cabe os gestores, sobretudo em tempos de crise, revisar as normas/leis visando auxiliar os empreendedores com medidas de estímulo, como redução nos impostos, flexibilização das normas para a atuação das agroindústrias locais, programas educacionais de incentivo ao consumo e divulgação de produtos locais, entre outras.
Por fim, fica-se na torcida para que possamos aprender com as dificuldades, que os desafios nos movam e que saibamos aproveitar as oportunidades. Espera-se que o cenário atípico e adverso mostre que a cooperação é mais eficiente que a competição, que a flexibilidade precisa ser uma constante no gerenciamento dos negócios e que a busca de alternativas localmente é fundamental para se chegar ao desenvolvimento dentro de uma lógica de distribuição de renda e riqueza e de melhoria de qualidade de vida para todas as pessoas.
Autoria:
Alessandra Troian
Bruna Coradini Nader Adam
Debora Nayar Hoff
Correio do Povo. Na pandemia, vendas de vinhos brasileiros crescem 39% nos primeiros quatro meses do ano. Disponível em: <https://www.correiodopovo.com.br/blogs/planodecarreira/na-pandemia-vendas-de-vinhos-brasileiros-crescem-39-nos-primeiros-quatro-meses-do-ano-1.433662>. Acesso em 30 de jul. de 2020.
Brasil Econômico. Efeito da pandemia: consumo de vinho triplica e impulsiona marcas nacionais. Disponível em:<https://economia.ig.com.br/2020-05-26/efeito-da-pandemia-consumo-de-vinho-triplica-e-impulsiona-marcas-nacionais.html>. Acesso em 30 de jul. de 2020.
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